terça-feira, 18 de maio de 2010

Cordel do Fogo Encantado

Por: Crícia Alves

O Cordel do Fogo Encantado retrata muito bem as seguintes questões: ao falarmos de ética significa liberdade, ou seja, quando falamos de ética nos lembram de normas e responsabilidade. Para uma acomodação da consciência humana, foram surgindo formas que trazem aceitação e conformidade às gerações, tais como: “tudo o que acontece, tinha de acontecer”, “estava escrito”.

No entanto hoje em nossa sociedade notamos nítidas diferenças de costumes entre as classes da mais alta burguesia, a pequena burguesia e o proletariado. Será que não haveria uma ética absoluta? Sabemos que ética no sentido absoluto, não é apenas aquilo que se costuma fazer em uma sociedade boa é aquilo que é bom em si mesmo, deve ser feito ou evitado a todo custo e em todo o caso, independentemente das vantagens pessoais ou sociais que daí se extraia.

No mundo contemporâneo, fala-se muito de liberdade de expressão, mas a vida tem regras para serem seguidas, regras essas que são impostas pela mesma liberdade e uma vez infringidas, acabam sofrendo conseqüências irreversíveis. O desafio de relacionar ética e cultura e religião estabelece um rigor na reflexão que nos conduz à própria raiz da ética e aos pressupostos de uma cultura religiosa.

O DVD Cordel do Fogo Encantado coloca questões relevantes da diversidade cultura e religiosa, onde eles com a arte cultural misturando a musica com a poesia coloca problemas éticos e religiosos da nossa sociedade muito pertinente.

Com muita criatividade o filme expõem de maneira encantadora como a arte e a musica é capaz de reproduzir reflexão tão relevantes. Como por exemplo a ética como um processo de dar razões para a ação, e acreditamos que toda ação que é resultado de um processo de reflexão aberto, transparente, honesto e capaz de levar a uma abertura ao outro, reúne condições que propiciam o estabelecimento de uma cultura eticamente correta.

Percebemos que a ética proposta por cada verso, cada poema e cada musica propõem uma ética que se impõe pela existência do outro e dos outros. Onde a ação humana precisa ter sentido, não apenas para o indivíduo, grupo ou instituição que a realiza, mas também para os envolvidos ou atingidos por ela. A ação se torna ética não apenas quando ela se justifica pela subjetividade autônoma do indivíduo que a realiza, mas quando também é justificada pela Intersubjetividade dos envolvidos e pelo fim último da existência humana, construída a partir da visão de mundo de cada indivíduo.

Percebemos que no decorrer da apresentação a linguagem religiosa esta presente de uma forma artística nova e renovador, através da poesia, da dramaturgia e da musica.

Trazendo questões pertinentes como a necessidade de um cristianismo que defenda a liberdade de consciência, e que aja um diálogo entre o diferente. Não um cristianismo que se entende como a norma moral única e irredutível, à qual todos devem ser submetidos. Pois com este cristianismo uma ética global não consegue dialogar. Portanto quem afirma que sua religião é a única que atribui sentido à existência, está preso ao pequeno conceito de transcendência de sua própria cultura. Deste modo, o diálogo se torna difícil com aqueles que defendem que tudo o que é feito em nome da religião é necessariamente bom e justificável. Os fatos nos impõem a nós religiosos um duro reconhecimento: há falta de ética nas religiões.

Por isso o Filme Cordel de Fogo Encantado nos propõem: a transcendência do individualismo, da cultura, da religião e da própria classe social. Deste modo a reflexão Ética se torna promotora de uma cultura do dialogo, cujos frutos precisam ser: valorização da ciência, sem reducionismos; respeito aos indivíduos, sem defesa do individualismo; respeito à diversidade cultural, sem etnocentrismo; respeito à diversidade religiosa, sem fanatismo; abertura ao social, num contínuo processo de inclusão, com muita arte e poesia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário