terça-feira, 18 de maio de 2010

Quanto vale ou é por quilo?

Por: Ildeilson Santos

Pensar cultura, teologia e ética é sempre um ótimo exercício em busca de compreensão e continuidade da vida dentro do projeto do Reino de Deus. Projeto este que deve ser assumido por todos aqueles que acreditam na Graça de Jesus e no amor do Espírito Santo.

Tentarei abordar questões relevantes encontradas no filme dirigido por Sério Bianchi, Quanto Vale ou é por Quilo.

Sérgio Bianchi com seu filme, Quanto Vale ou é por Quilo? Retrata o desconforto e desencantamento do sistema em que o país está inserido. Abordando questões éticas que são deturpadas, estranguladas. Onde o cidadão é ridicularizado como também envergonhado, enganado e também usado como meio para sustentar o sistema capitalista e opressor que busca tão somente o consumo e o bem está das elites. Apresenta também uma visão nada positiva da solidariedade institucionalizada de algumas ONGs cujo objetivo maior, disfarçado de assistencialismo, é o assalto ao dinheiro público.

O filme também afirma que há reminiscências que nos são constitutivas, também abarca sua incorporação e complexificação nos dias atuais: a miséria ou a prisão como economicamente rentáveis e geradoras de emprego, a solidariedade como empresa ou até mesmo a denúncia como um negócio. No atual jogo "democrático" e de "participação" da sociedade civil em prol de demandas não atendidas pelo Estado, as ONGS - ou o terceiro setor, como se convencionou chamar - aparecem no filme funcionando como empresa, incorporando seu discurso típico e objetivando, enfim, o lucro. Responsabilidade social ou solidariedade são exaltadas e mobilizadas como marketing dessa nova indústria que gerencia a miséria e os miseráveis. Pobreza e miséria surgem no filme como um produto a ser vendido, expondo as mazelas da sociedade através da manipulação que envolve a criação da imagem de uma mercadoria que deverá atender aos anseios de possíveis doadores, além de servir como justificativa para aliviar a mente dos endinheirados.

O filme não se propõe a falar sobre a luta de classes, mas na opressão do ser humano entre classes e dentro de uma mesma classe, uns como forma de lucrar e outros como forma de sobreviver. O filme aborda também o período da escravidão, onde pequenos investidores lucravam com o comércio de escravos.

Diante de tal situação, percebemos que há um grande desafio para a Igreja de Jesus Cristo. A atuação frente a tais desafios precisa ser constante e progressiva, contundente, ética, na perspectiva de defende e proteger a vida, quebrar com as injustiças, romper com o preconceito, dá dignidade ao homem, apresentar a graça de Deus como meio de libertação, cura, responsabilidade entre as classe e solidariedade.

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